A Trajetória de Rondinelli: O Deus da Raça e Seu Legado no Flamengo
O Gol Marcante na Final de 1978
Rondinelli, um dos maiores ídolos da história do Flamengo, ficou eternamente gravado na memória dos torcedores ao marcar um gol icônico na final do Campeonato Carioca de 1978 contra o Vasco. Esse gol, cabeceado após um escanteio cobrado por Zico, é considerado por muitos como o mais importante da história do clube. Em uma entrevista durante o evento "Encontro da Nação", realizado na Loja do Museu Flamengo, na Gávea, o ex-zagueiro destacou a importância daquele momento para a chamada "Geração Zico".
"Foi uma geração que, desde a base, tinha a obrigação de dar uma resposta positiva em relação aos títulos conquistados. Os jogos anteriores estavam complicando a situação do grupo, mas aquele gol foi fundamental. A ‘Geração Zico’ ganhou credibilidade e seguiu conquistando grandes títulos, culminando com o Mundial no Japão contra o Liverpool", lembrou Rondinelli, reconhecido como o Deus da Raça.
A Definição de Sua Passagem pelo Flamengo
Para Rondinelli, sua trajetória no Flamengo pode ser resumida em três palavras: raça, amor e paixão. Em sua visão, esses atributos não são apenas características pessoais, mas fazem parte da essência do clube ao longo de sua história. "Essas palavras estão na história do Flamengo, desde as gerações passadas. Quem se deixar levar por elas vai construir histórias incríveis", afirmou o ex-jogador.
Desafios e Rivalidades no Campo
Durante sua carreira, Rondinelli enfrentou diversos atacantes renomados, mas ao ser questionado sobre quem foi o mais difícil de marcar, ele não hesitou em mencionar Roberto Dinamite, ex-jogador do Vasco. "Dentro do Carioca, ele foi o mais complicado. No entanto, em outros campeonatos, encontrei dificuldades com grandes atacantes como Reinaldo, do Atlético Mineiro, e Abatiá, do Curitiba", disse.
Rondinelli enfatizou a importância da concentração durante os jogos, lembrando que qualquer vacilo poderia resultar em surpresas desagradáveis. "Independente da qualidade do adversário, sempre era necessário estar atento. Se você perdesse a concentração, poderia ser surpreendido", analisou o ex-atleta.
Companheiros de Defesa
Ao longo de sua carreira, Rondinelli teve a oportunidade de jogar ao lado de grandes defensores, mas não conseguiu escolher um único nome como seu favorito. "Todos foram eficientes. Tive a felicidade de jogar com o saudoso Figueiredo, Dequinha e Manguito. O Mozer também teve um papel fundamental e depois foi para a Europa", declarou.
Ele ressaltou que cada parceiro trouxe algo de valioso para sua trajetória no Flamengo e no futebol brasileiro. "Pude extrair ensinamentos de cada um deles e isso contribuiu para a minha história no clube", completou.
A Carreira de Rondinelli no Flamengo
Rondinelli, que se formou no Flamengo, foi um dos principais jogadores do clube, onde atuou com garra e dedicação. Seu desempenho em campo foi decisivo para que o Flamengo conquistasse cinco Campeonatos Cariocas (1974, 1978, 1979, 1979 e 1981). Além dos estaduais, ele também participou da conquista do primeiro Campeonato Brasileiro do clube, em 1980, e da trajetória rumo à primeira Libertadores, em 1981, embora tenha deixado o clube antes da histórica vitória.
Com o Manto Sagrado, Rondinelli acumulou um impressionante número de 407 jogos, resultando em 249 vitórias, 102 empates e 56 derrotas. Após sua passagem pelo Flamengo, o zagueiro teve uma breve experiência no Corinthians, mas retornou ao Rio de Janeiro em 1982, onde jogou pelo Vasco até o final de 1983. Em seguida, atuou no Athlético-PR e, por fim, no Paysandu, Goiânia e Goiás, encerrando sua carreira em 1987.
A trajetória de Rondinelli no futebol é marcada por conquistas e momentos memoráveis, solidificando seu legado como um dos grandes nomes da história do Flamengo.
