Início conturbado da temporada
A nova temporada da Premier League já se encontra em seu sexto jogo, e a derrota de sábado para o Brentford foi sentida de forma intensa pelo Manchester United e pelo técnico Ruben Amorim. O revés por 3 a 1 é o mais recente indicativo de que o português pode estar caminhando para uma saída precoce de Old Trafford. É importante lembrar que essa situação já foi vivida anteriormente, com vários treinadores do United sendo dispensados antes do Natal, incluindo Erik ten Hag em outubro de 2024 e Ole Gunnar Solskjaer em novembro de 2021.
Memórias de um passado recente
A partida contra o Brentford trouxe à tona lembranças do final da gestão de Ten Hag, que também culminou em uma derrota, desta vez para o West Ham United, há pouco mais de um ano. Naquela ocasião, a derrota por 2 a 1 foi marcada por um erro notável de Diogo Dalot, além de uma polêmica penalidade a favor dos anfitriões. Nesta nova situação, Amorim viu o anteriormente confiável Bruno Fernandes falhar na conversão de uma cobrança de pênalti, enquanto Nathan Collins evitou um cartão vermelho por uma falta em Bryan Mbeumo, levantando questões sobre a sorte da equipe.
Apoio da diretoria em dúvida
Embora rumores indiquem que Sir Jim Ratcliffe e a hierarquia da INEOS continuam a apoiar o ex-treinador do Sporting CP, um plano de sucessão parece estar sendo elaborado. Quando questionado sobre a possibilidade de mudar sua filosofia no mês passado, Amorim respondeu que, caso a equipe deseje se afastar de seu sistema 3-4-3, "terá que mudar o homem".
O treinador, que tem se mostrado inflexível em sua abordagem, parece estar forçando Ratcliffe e a administração a tomar uma decisão, ao invés de tentar se salvar por meio de alterações táticas. Embora Amorim não possa ser responsabilizado apenas pelas falhas individuais de jogadores como Altay Bayindir, seu sistema especializado não parece estar potencializando o desempenho de ninguém no clube no momento.
Possíveis mudanças na equipe
Caso uma nova nomeação ocorra em breve, há um elenco que pode ser reenergizado em um sistema 4-2-3-1 ou 4-3-3, sendo que essa alteração provavelmente melhoraria a unidade do meio-campo. Um novo treinador poderia posicionar Kobbie Mainoo em uma função mais recuada, tendo se destacado em sua estreia na Premier League nessa posição contra o Everton em novembro de 2023, formando um trio de meio-campo com Bruno Fernandes e Mason Mount em posições mais avançadas.
Ataque renovado
No setor ofensivo, a nova formação com Matheus Cunha, Benjamin Sesko e o mencionado Mbeumo se adaptaria bem a essa mudança, enquanto o potencial sucessor de Amorim provavelmente consideraria a possibilidade de substituir o ineficaz Bayindir pelo novo goleiro Senne Lammens – ou até mesmo pelo veterano Tom Heaton. Com uma boa profundidade nas posições de lateral-direito e zagueiro central, um novo treinador poderia finalmente definir uma dupla titular, ao invés do caos constante nas seleções de Amorim. Os problemas na lateral esquerda poderiam ser resolvidos com o retorno de Lisandro Martinez em uma nova função como lateral-esquerdo.
Escalação prevista do Manchester United – 4-3-3
| Posição | Jogador |
|---|---|
| GK | Senne Lammens |
| RB | Noussair Mazraoui |
| CB | Matthijs de Ligt |
| CB | Leny Yoro |
| LB | Lisandro Martinez |
| CDM | Kobbie Mainoo |
| CM | Bruno Fernandes |
| CM | Mason Mount |
| RW | Bryan Mbeumo |
| LW | Matheus Cunha |
| ST | Benjamin Sesko |
Um movimento em direção a essa nova formação pode não garantir uma melhoria imediata, mas parece que não há muito a perder ao se afastar do sistema 3-4-3, tanto para Amorim quanto para seu potencial substituto.
Buscando um novo treinador
A última vez que um treinador português esteve à frente do Manchester United foi José Mourinho, que foi dispensado em dezembro de 2018, sendo substituído pelo ídolo da torcida, Solskjaer.
O norueguês deixou o Molde para assumir o United inicialmente de forma interina, mas, após vencer 14 de seus primeiros 17 jogos e melhorar o clima no clube, foi promovido a treinador permanente em março de 2019. Embora os méritos dessa decisão possam ser debatidos, é inegável que Solskjaer levou o United a notáveis terceiros e segundos lugares em suas duas temporadas completas, tendo talvez se aproximado mais de qualquer outro treinador pós-Sir Alex Ferguson de trazer o clube de volta ao topo.
Opções para a nova gestão
De acordo com o jornalista Samuel Luckhurst, existe um interesse entre Ratcliffe e sua equipe em fazer uma nomeação semelhante de curto prazo novamente, caso Amorim seja substituído, com o favorito da torcida, Michael Carrick, sendo considerado para o cargo. Luckhurst também reporta que os treinadores da Premier League, Oliver Glasner, Andoni Iraola e Fabian Hurzeler, estão no radar, mas Carrick é um dos que poderia assumir em caráter interino, tendo liderado o United em três partidas após a saída de Solskjaer.
Essa breve passagem de Carrick resultou em um ponto conquistado fora de casa contra o Chelsea, além de vitórias sobre Villarreal e Arsenal. Há um certo arrependimento por não ter confiado a ele a gestão por um período mais longo, ao invés de optar pelo criticado Ralf Rangnick. Desde então, Carrick, que fez parte da comissão técnica sob Mourinho e Solskjaer, teve um período promissor, mas não isento de dificuldades, no Middlesbrough, onde alcançou um quarto lugar na temporada 2022/23, seguido de oitavo e décimo lugares nas campanhas seguintes.
Após sua demissão no verão, o treinador teve que assistir ao Middlesbrough alcançar o topo da Championship, mas sua reputação não parece ter sido muito afetada, sendo elogiado como um "treinador incrivelmente talentoso" por seu ex-jogador, Lukas Engel. Carrick também foi apontado por Solskjaer como um futuro potencial treinador do Manchester United, e sua nomeação certamente seria bem recebida pelos torcedores, dado seu histórico de 12 anos no clube, onde conquistou cinco títulos de liga e fez 464 aparições em todas as competições.
Assim como o norueguês antes dele, Carrick poderia ser a solução ideal de curto prazo para tentar reviver a sorte do United, tendo vivido um período de vitórias durante sua passagem sob o comando de Ferguson. Alguns podem questionar a política de "empregos para os amigos", mas após tantas tentativas diferentes na gestão, por que não retornar a algo que funcionou, ao menos inicialmente, com uma nova nomeação no estilo Solskjaer?
