Ruben Amorim e o Futuro do Manchester United
Ruben Amorim se posicionou diante do Old Trafford ao final da campanha de 2024/25 e declarou que o Manchester United ressurgiria após um ano desastroso para o clube. Sua promessa foi apresentada de maneira específica, transmitindo sinceridade e entusiasmo. Contudo, o início frustrante da nova temporada não conseguiu reverter os problemas enfrentados no ano anterior, com o United terminando em 15º lugar na Premier League e sofrendo uma derrota na final da Europa League para o Tottenham Hotspur. Um passo à frente e dois passos atrás. No entanto, há sinais de melhora nesta temporada, especialmente em relação à criação de oportunidades, embora a equipe esteja atualmente apresentando um desempenho abaixo do esperado na finalização.
Líderes em xG da Premier League 25/26
| Time | Gols Marcados | xG |
|---|---|---|
| Manchester United | 7 | 11.8 |
| Manchester City | 14 | 11.3 |
| Crystal Palace | 8 | 11.2 |
| Brighton | 9 | 10.3 |
| Chelsea | 11 | 9.9 |
Dados via FBref
Os Expected Goals (xG) são uma métrica destinada a medir a probabilidade de um chute resultar em gol. Apesar das dificuldades, isso indica um potencial sucesso no terço final do campo e, talvez, justifica a decisão de Amorim de se desfazer do polêmico "bomb squad".
Motivo da Saída do "Bomb Squad"
A decisão de Amorim de dispensar vários jogadores do Manchester United que buscavam deixar o clube foi compreensível, mas também acompanhada de certa notoriedade. O grupo, que incluía Marcus Rashford, Alejandro Garnacho, Antony, Tyrell Malacia e Jadon Sancho, teve 80% de seus integrantes negociados, seja de forma permanente ou por empréstimo, com notícias recentes indicando a reintegração de Malacia ao clube. Amorim tem trabalhado arduamente para criar uma nova cultura no Teatro dos Sonhos, um ambiente propício para o desenvolvimento de jogadores e o sucesso em campo. Embora tenha encontrado alguns obstáculos ao longo do caminho, ele continua focado nesse objetivo.
A saída de Rashford, que se juntou ao Barcelona por empréstimo após perder espaço sob a gestão de Amorim e ter passado um tempo emprestado ao Aston Villa na temporada anterior, é particularmente dolorosa. Sua carreira no United foi marcada por grandes momentos, mas também por muitas frustrações. O vencedor da tríplice coroa, Teddy Sheringham, chegou a afirmar que o jogador da seleção inglesa conquistou "um passo à frente que não merecia". No entanto, poucos podem negar que Rashford tem se destacado nos primeiros meses na Catalunha, com dois gols e cinco assistências em nove partidas em todas as competições.
Da mesma forma, Antony, Garnacho e Sancho não serão lembrados com carinho, uma vez que suas altas remunerações, os elevados valores de transferência e as grandes expectativas deixaram um gosto amargo. Isso talvez indique a magnitude da reconstrução necessária no Manchester United, sugerindo que Amorim pode precisar afastar uma nova variante do "bomb squad". De fato, há vários jogadores titulares que devem ser dispensados.
O Novo "Bomb Squad" do Manchester United
O Manchester United ainda apresenta um desempenho aquém das expectativas, e abaixo do nível que aparenta ser capaz de alcançar. As contratações de Bryan Mbeumo e Matheus Cunha sinalizavam uma estratégia promissora por parte da INEOS e de Sir Jim Ratcliffe, mas ainda há muitos elementos que não estão contribuindo.
Alguns jogadores têm estado no clube por tempo demais e precisam ser negociados para que a equipe seja remodelada e redefinida. Três defensores em particular não devem continuar a vestir a camisa do Red Devil no próximo ano. Com um total combinado de 760 partidas pelo clube, já houve tempo suficiente para que uma decisão fosse tomada: é necessário seguir em frente. Harry Maguire, que possui contrato até o final da temporada, provavelmente será despedido e permitirá que uma nova fase se inicie. Porém, Luke Shaw está no penúltimo ano de seu contrato e não tem apresentado um desempenho à altura.
A folha salarial do Manchester United é bastante elevada. Maguire, que ocupa a quarta posição na lista de salários, recebe £190 mil por semana, um valor que pode não refletir adequadamente sua qualidade ou seu papel no sistema de Old Trafford. Por sua vez, Shaw, que ganha £150 mil por semana, teve seu potencial uma vez prodigioso erodido por inúmeras lesões. É uma pena, pois ele foi considerado uma promessa para a grandeza e ainda desempenhou um papel sólido ao longo da última década. No entanto, aos 30 anos, ele atua como um zagueiro pela esquerda no sistema de Amorim, e certamente há uma opção de upgrade disponível.
Além disso, Diogo Dalot, que ganha £85 mil por semana, também está em uma situação complicada. O internacional português tem um contrato que se expira em 2028, mas, considerando que ele apenas possui 26 anos, é provável que existam interessados dispostos a pagarem para tirá-lo da INEOS. Na última temporada, a YouTuber AliceTalksFooty comentou que o lateral havia "caído de uma ladeira", tamanha era a sua má fase. À medida que Amorim continua a construir um sistema fluido e sustentável no Manchester United, talvez não seja a pior ideia se desfazer desses defensores, todos estrelas de longa data e centrais para a turbulência no clube.
Esses defensores, além disso, representam cerca de 14% da imensa estrutura salarial do Manchester United, totalizando £425 mil por semana, um montante considerável que poderia ser utilizado para novas contratações, reforçando áreas-chave e trazendo novos defensores por valores mais acessíveis e com salários menores, conforme é o objetivo de Ratcliffe e do diretor técnico Jason Wilcox. Embora Rashford, Garnacho e outros sejam jogadores talentosos, Amorim é, em última análise, o responsável e acredita que cortar os jogadores que não estão totalmente comprometidos com a causa é para o bem maior da sua equipe no United.
Talvez a escala da mudança seja ainda maior, e talvez mais transformações sejam necessárias para que o Manchester United finalmente consiga interromper a sua decadência.