Solicitação da Federação Turca de Futebol
A Federação Turca de Futebol enviou uma carta aos presidentes da Fifa, da Uefa e a todas as federações nacionais de futebol ao redor do mundo, solicitando que Israel seja banido de todas as competições esportivas. A Uefa está programada para votar sobre essa proposta na próxima semana. Os apoiadores dessa medida mencionam o precedente estabelecido com a Rússia, que está excluída das competições desde 2022, após sua invasão à Ucrânia.
Situação Atual de Israel nas Eliminatórias
Atualmente, a seleção israelense ocupa a terceira posição em seu grupo nas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2026, ficando atrás da Itália e da Noruega, que lidera a chave. Entretanto, Israel conta com o apoio do governo dos Estados Unidos, que deseja que a seleção continue sua participação nas eliminatórias para o torneio mundial.
Apoio do Governo Americano
De acordo com informações da emissora "Sky Sports", Marco Rúbio, secretário de Estado americano, manifestou sua intenção de discutir o assunto com a Fifa, defendendo que a seleção israelense deve continuar a competir normalmente. É relevante ressaltar que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, tinha uma relação próxima com Gianni Infantino, presidente da Fifa, o que pode influenciar a situação.
Conteúdo da Carta Enviada
Em função desse cenário, İbrahim Hacıosmanoğlu, presidente da Federação Turca de Futebol, redigiu uma carta endereçada a todos os presidentes das federações de futebol, além da Fifa e da Uefa. No texto, Hacıosmanoğlu destaca que o futebol serve como uma linguagem universal que aproxima diferentes culturas, promovendo amizade e solidariedade entre as pessoas. Ele expressa preocupação com a situação em Gaza, afirmando que é necessário que a Fifa e a Uefa tomem ações em relação a Israel.
Trecho da Carta
O dirigente turco expôs em sua carta:
"O futebol é uma linguagem universal que aproxima diferentes culturas, fortalece a amizade e reforça os laços de solidariedade entre as pessoas. Com base nesses valores, sentimos a necessidade de expressar nossa profunda preocupação com a situação ilegal (e, mais importante, totalmente desumana e inaceitável) que Israel está promovendo em Gaza e arredores. A situação já é desesperadora há muito tempo, mas, nos últimos dias, intervenções de várias instituições elevaram a urgência a um novo nível:
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Na terça-feira, após uma investigação de dois anos, a comissão independente das Nações Unidas confirmou que Israel cometeu genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza e exortou Israel e todos os Estados a cumprirem suas obrigações legais internacionais para pôr fim ao genocídio e processar os responsáveis.
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Na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exigiu a suspensão dos privilégios comerciais com Israel e a imposição de sanções.
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No início desta semana, milhares de atores, diretores, músicos e outros profissionais da indústria do entretenimento assinaram uma nova declaração comprometendo-se a não trabalhar com instituições cinematográficas israelenses acusadas de cometer genocídio e ‘apartheid’ contra o povo palestino.
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Durante semanas, governos de todo o mundo têm condenado o genocídio e exigido sanções contra Israel.
- Durante anos, organizações humanitárias têm destacado as mortes e o sofrimento causados pelas ações de Israel.
Neste processo, todos os dias, um número crescente de pessoas inocentes (crianças, profissionais de saúde, jornalistas que cobrem o conflito, jogadores de futebol profissionais e torcedores) está perdendo suas vidas. Apesar de se posicionarem como defensores dos valores civilizados e da paz, o mundo do esporte e as instituições do futebol permaneceram em silêncio por muito tempo. Agora é hora de a FIFA e a UEFA agirem. Israel deve ser imediatamente banido de todas as competições esportivas."