A Máfia do Apito: O Escândalo de Arbitragem no Brasil
A Máfia do Apito, considerado o maior escândalo de arbitragem da história do esporte brasileiro, será tema de uma série documental. A produção, realizada pela Globo, será transmitida entre os dias 5 e 7 de setembro, sempre às 19h30, no canal Sportv. A série intitulada "A Máfia do Apito" investiga um esquema de manipulação de resultados que perdurou por duas décadas, especificamente no Campeonato Brasileiro de 2005, e que culminou na anulação de 11 partidas.
Disponibilidade na Globoplay
Após a exibição na televisão, os episódios da série estarão acessíveis na plataforma de streaming Globoplay para assinantes.
Depoimentos e Envolvidos
A série traz depoimentos inéditos de figuras chave relacionadas ao caso, incluindo o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho. Em um marco significativo, o empresário Nagib Fayad, conhecido como "Gibão", que é apontado como o organizador do esquema de apostas, falará publicamente sobre o tema pela primeira vez. Além disso, os jornalistas André Rizek e Thaís Oyama, que acompanharam as investigações durante o período, também participarão do documentário, compartilhando detalhes sobre a apuração jornalística que revelou o esquema.
Em um dos depoimentos, Nagib Fayad descreve como funcionava o sistema de apostas: "O jogo ia de segunda a domingo. Fechava no domingo e na quarta você pagava ou recebia. Era na base da confiança. Eram mais as pessoas conhecidas que jogavam. Eu ganhei muito dinheiro, mas também perdi muito jogando."
O que foi a Máfia do Apito?
O esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro chocou a população em 2005, quando a situação foi exposta pelo jornalista André Rizek, que na época trabalhava para a Revista Veja. O centro do escândalo girava em torno do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que era filiado à Federação Paulista de Futebol e um dos dez juízes brasileiros também afiliados à FIFA. O árbitro foi preso em sua residência, localizada em Jacareí.
Investigações da Polícia Federal
Conforme as investigações conduzidas pela Polícia Federal relacionadas à Máfia do Apito, Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon estavam interferindo nas partidas em que eram escalados, com o objetivo de beneficiar apostadores sob a liderança de Fayad. Os relatos indicam que os árbitros recebiam R$10 mil por cada partida que manipulavam.
Durante o processo investigativo, os juízes teriam apitado pelo menos 40 jogos considerados suspeitos, abrangendo competições como a Libertadores, a Sul-Americana, o Campeonato Paulista e as Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Contudo, apenas os jogos da primeira divisão do Campeonato Brasileiro foram realizados novamente, uma vez que os outros campeonatos já haviam sido encerrados ou estavam sob a supervisão da Conmebol.