Flamengo Registra Queda no Endividamento e Aumento de Caixa no Primeiro Trimestre de 2025
O Flamengo apresentou um resultado financeiro positivo em seu balancete referente ao primeiro trimestre de 2025, divulgado nesta quarta-feira (30). O clube carioca, que havia enfrentado um crescimento de 500% em sua dívida líquida ao longo de 2024, agora mostra uma redução significativa, com a dívida líquida estabilizada em R$ 270 milhões. Essa mudança ocorre em um cenário onde o Mais Querido apresentou uma melhora em sua liquidez, aumentando a quantidade de recursos disponíveis.
Análise do Endividamento Operacional Líquido
É importante entender que a avaliação do endividamento de um clube pode ser feita de diversas maneiras. Nos últimos anos, o Flamengo tem priorizado a divulgação do endividamento operacional líquido (EOL). Este indicador reflete as obrigações financeiras do clube, descontando os recursos disponíveis e as receitas a receber. No fechamento de março de 2025, o EOL foi estipulado em R$ 270,9 milhões, um valor que contrasta com os R$ 48 milhões registrados ao final de 2023.
O aumento das despesas com contratações de jogadores no segundo semestre do ano passado e a aquisição do terreno para o novo estádio impactaram diretamente o caixa do clube. Ao longo do último ano, a dívida líquida do Flamengo alcançou R$ 327 milhões. No entanto, o balancete do primeiro trimestre de 2025 apontou uma redução de R$ 56,5 milhões da dívida, um resultado positivo especialmente em um período que costuma ser marcado por entradas financeiras mais baixas.
Crescimento do Caixa e Redução da Dívida
A queda no endividamento líquido está intimamente ligada ao aumento do caixa do Flamengo. O Rubro-Negro conseguiu registrar um fluxo positivo de R$ 30 milhões no primeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 122 milhões em caixa. Essa quantia é dividida entre R$ 79 milhões sob gestão direta do clube e R$ 43 milhões administrados pela Fla-Flu Serviços S.A.
Esse resultado é significativo, pois é a primeira vez que o Flamengo atinge tal feito sem recorrer a empréstimos bancários. Geralmente, o primeiro trimestre é um período em que os clubes tendem a gastar mais do que arrecadam. Mesmo com o fluxo positivo de R$ 30 milhões, o Flamengo terminou o trimestre com um déficit de R$ 9,2 milhões, um número considerado aceitável pela diretoria, que afirmou que esses valores estão "controlados e coerentes com o orçamento anual".
Impacto da Venda de Fabrício Bruno
O balancete também destaca a negociação do zagueiro Fabrício Bruno como um elemento crucial para o aumento do caixa. O jogador foi transferido para o Cruzeiro por aproximadamente R$ 44 milhões, valor pago à vista, o que representa 94% da arrecadação total de R$ 46,4 milhões obtida com vendas de atletas. Essa transação contribuiu diretamente para a saúde financeira do clube.
Além disso, o documento ressalta o esforço da diretoria em renegociar prazos e valores a receber de clientes e parceiros. "A administração tem trabalhado continuamente para garantir melhores fluxos de pagamento com seus patrocinadores e parceiros de licenciamento, aumentando assim a receita nesse período do ano", afirma o balancete.
Recorde de Receita Operacional
O Flamengo também divulgou outros dados relevantes em seu balanço, com destaque para o recorde de receita operacional, que alcançou R$ 236,3 milhões. Esse número demonstra a força e a capacidade do Rubro-Negro em gerar receitas, refletindo o crescimento e a estabilidade financeira do clube em um cenário desafiador.
Com o aumento do caixa e a redução do endividamento, o Flamengo mostra que está no caminho certo para uma gestão financeira mais saudável. A combinação de vendas estratégicas, renegociações e um controle mais rigoroso sobre as finanças pode levar o clube a um futuro ainda mais promissor.